quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Romance em Verona






Já estava mochilando pela Europa há 2 meses e iniciava minhas viagens pela “Dolce Vita” italiana. Vinha pelo Norte, oriundo de Barcelona. Conhecera Gênova,Turim, Milão e me dirigia à clássica Veneza, quando uma amiga disse-me:
- Vai perder Verona? Deixar de sentir o aroma da sacada de Julieta Capuleto e todo o envolvente romance da cidade?
- Verona? O berço do mais conhecido trágico romance de Shakespeare? Por que não? Respondi.
Verona é sinônimo de charme, conquista,  romance e boêmia. Fiquei em uma simples pensão(estilo bed and breakfast) de uma senhora muito amável. Ela alugara um dos quartos da casa e assim, tinha a sensação não de ser um hóspede, mas de um convidado da família. À tardinha, fui caminhar pelas ruas e , quando me sentei em um dos numerosos cafés diante da Arena Romana(pequeno coliseu) ouvi a canção clássica do filme”O Poderoso Chefão”, Brucia La Terra. Ali, cercado de lojas Armani, Gucci, DG, harmonizadas com as construções clássicas, mulheres extremamente belas e elegantes,  chegara a uma  desesperada conclusão:
- Deus! Estou apaixonado pela Itália! Como é que vou voltar agora pro Montese???( Digo Montese, o bairro, aquele ali vizinho à Serrinha, ao lado do American Garden, não a cidade italiana!). 
Totalmente em transe, dirigi-me à casa de Julieta Capuleto. Logo de cara, sou surpreendido pelo túnel do amor, antes de chegar à clássica sacada. Talvez aquele túnel, devesse chamar-se túnel da Esperança, pois foi o que vi: nomes de casais escritos, pedidos de amor, conselhos, todos espalhados em pichações, canetas e muitas cartas para Julieta( Quase uma usurpadora do trono de Santo Antonio de Pádova, mas isso conto depois, quando for falar de Pádova).
Na clássica sacada do jardim, dezenas de moças e adolescentes tiravam fotos com a mão na estátua, casais faziam ardentes declarações de Amor, enquanto outros subiam à varanda e trocavam juras eternas.  Sentado no jardim de Julieta, via a todo instante a Esperança do Amor nos olhos das pessoas. Podem dizer que é utópico, brega, fora de época, mas no fundo, todos somos Romeus ou Julietas, quando queremos  ter alguém para dividir a vida, rir de uma piada besta,  um ombro para secar melhor nossas lágrimas. Ter alguém fiel a si mesmo também; alguém que você não durma com medo de ser enganado, imperfeitamente leal, mas que, com todas as imperfeições, escolhe o Caminho da grande batalha do Amor, o “tal” do Bom Combate. E, o melhor, escolhe passar a vida sendo fiel a seus sentimentos e não morrer envenenado pelo veneno da infelicidade, por medo de sair novamente em busca de sua Felicidade perdida. Fiz meu caminho na cidade de Julieta! Que o Amor faça Caminho em nossas vidas!!! E você? Por onde tem andado?


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